#27 - Entenda de vez as transições no Garmin (e não caia na pegadinha).

Você já saiu da água em uma prova, fez a primeira transição e, já no início do ciclismo, percebeu que o relógio ainda estava marcando a natação? Isso está acontecendo com muita gente e não é coincidência.

Nas últimas semanas, uma atualização silenciosa da Garmin mudou algo fundamental para quem pratica triatlo: a forma como o relógio registra as transições.

Nada de aviso, nada de pop-up, nada de mensagem dizendo “algo mudou aqui”. Simplesmente… mudou. E isso tem atrapalhado tanto iniciantes quanto atletas experientes.

Antes da atualização, bastava apertar e soltar o botão LAP. Era simples. Você saía da água, entrava na T1, apertava e pronto. Agora, o padrão mudou. O relógio só muda de modalidade se você apertar e segurar o botão LAP.

Parece besteira, mas não é, e isso pode te dar uma bela dor de cabeça. Quem não souber dessa alteração antes de uma prova vai descobrir da pior forma: na prática, tentando ajustar o relógio já em movimento, tendo que dividir a atenção entre a estrada, a bike e o relógio.

Para deixar ainda mais claro o tamanho dessa confusão, vou até colocar alguns prints de comentários que algumas pessoas fizeram lá Instagram, quando comentei sobre esse problema:

Então, nesta 27ª edição da TriboNews, você vai aprender as três formas de configurar o modo de transição no seu Garmin: duas manuais e uma automática. Assim, você escolhe a que combina melhor com o seu estilo de prova e evita surpresas desagradáveis.

Conteúdo da 27ª edição:

1. A transição é a quarta modalidade do triatlo;

2. O que aconteceu na TriboTT;

3. Cupons da TriboTT

A transição é a quarta modalidade do triatlo.

Triatlo é composto de três esportes, isso todo mundo sabe. Mas quem compete sabe que existe uma quarta parte modalidade que faz uma diferença enorme no resultado: a transição.

T1 é a passagem da natação para o ciclismo.

T2 é a passagem do ciclismo para a corrida.

É no meio desse caos controlado que você tira a roupa de borracha, coloca o capacete, calça a sapatilha, pega a bike, corre até a linha de montagem, pedala, depois volta, tira a sapatilha, coloca o tênis, ajeita os acessórios e sai para correr. Parece simples, mas não é.

Uma transição mal feita pode jogar por terra minutos preciosos de esforço.

Imagine a cena: um atleta sai da água depois de nadar em um ritmo forte, bem posicionado no grupo, mas chega à T1 e perde quase um minuto tentando tirar a roupa de borracha, que ficou presa no calcanhar. Pronto. Tudo o que ganhou na água se perdeu.

Outro exemplo: um atleta que fez um pedal espetacular chega para a corrida e decide amarrar o tênis na hora porque não usa cadarço de elástico. Lá se vão uns 30 segundos só para esse ajuste.

É por isso que destacamos tanto que a transição é uma modalidade à parte. E se ela já é importante por si só, imagine somar a isso um relógio que não muda de modalidade no momento certo porque você não soube de uma atualização. A chance de bagunça é enorme.

Agora que já entendemos a importância das transições na prova, vamos ao que interessa: configurar corretamente o Garmin.

Passo a passo para configurar o modo de transição no Garmin.

Independentemente do modelo de relógio que você tenha, seja Forerunner, Fênix, Epix, Enduro etc., o caminho é muito semelhante. A lógica é a mesma e o menu é quase igual. Aqui está o passo a passo:

1. Acesse a atividade Triatlo no seu relógio.

2. Acesse as Configurações de Triatlo.

3. Verifique se a opção Transição está ativada.

4. Agora, vá até a opção Tecla de Voltas.

É aqui que tudo acontece. Você encontrará três formas de usar o botão LAP para registrar as transições:

1. Pressionar e soltar: método manual clássico.

Essa é a forma que sempre existiu e continua disponível. Quando você seleciona Pressionar para alterar o esporte, o relógio muda da natação para T1, da T1 para o ciclismo, ou do ciclismo para T2 e da T2 para corrida, com um toque rápido no botão LAP. Nada mais.

Esse é o método preferido dos atletas de todas as distâncias: Sprint, Olímpico, 70.3 e até Ironman. Ele funciona bem porque você controla exatamente o momento da mudança. É rápido e não deixa margem para confusão.

Se você já está acostumado a usar o Garmin assim, basta reativar essa opção.

2. Manter pressionado: o novo padrão da Garmin.

Com a nova atualização, essa opção passou a ser a configuração padrão. É aqui que muita gente está se atrapalhando.

Ao selecionar Manter pressionada para mudar de esporte, o relógio só muda de modalidade se você apertar e segurar o botão LAP por alguns segundos. O aperto rápido, como conversamos no anteriormente, serve apenas para marcar voltas.

E por que isso existe? Porque esse método é ótimo para treinos que precisam registrar voltas dentro da mesma modalidade, sem mudar de esporte.

Imagine que você vai fazer um simulado e, durante a corrida, seu treinador pediu para você finalizar com 7 km em ritmo de prova e depois 7 km leves. Você pode apertar o LAP ao final dos 7 km em ritmo de prova para marcar a volta, sem que o relógio finalize o triatlo.

É perfeito para treinos longos, divididos em blocos ou simulações de transição, quando você deseja manter tudo dentro da mesma modalidade.

Na prática, esse modo também evita mudanças acidentais durante a prova caso você costume apertar o LAP sem querer.

3. Automática: o modo “deixa que eu cuido disso”.

Esta opção ativa o Auto-Sport Change, que utiliza o acelerômetro para detectar quando você muda de modalidade. Basta o relógio perceber que a movimentação deixou de ser natação e virou corrida até a bike, para registrar a T1 e assim por diante.

Esse modo funciona bem, mas não é perfeito. Ele depende de movimentos específicos, de ritmo e do padrão esperado na transição. Pode funcionar muito bem com iniciantes e atletas que preferem focar totalmente na prova, mas também pode apresentar erros de alguns metros caso você tenha uma transição muito rápida ou muito diferente do padrão que o algoritmo espera.

A vantagem é clara: focar 100% na prova e não se preocupar em nada com o relógio, exceto para iniciar e finalizar a atividade.

Qual é o modo ideal para você?

Depois que você entende essas três opções, fica muito mais fácil saber qual delas é a ideal para o seu estilo de treino e de prova. Aqui está um guia prático para ajudá-lo a decidir:

1. Pressionar e soltar: manual clássico

Perfil recomendado: Atletas de qualquer nível que desejam registrar manualmente o início e fim de cada esporte, além das transições. É excelente para qualquer modalidade: Sprint, Olímpico, 70.3 e Ironman.

Por que escolher? É o jeito mais simples, rápido e seguro. Você controla o exato momento da troca. Para quem compete com foco no tempo e deseja ter uma contraprova do tempo oficial da organização, essa é a opção ideal.

2. Manter pressionado: Manual novo

Perfil recomendado: Para quem realiza muitos treinos das três modalidades juntas, com intervalos, em blocos, ou não quer correr o risco de apertar lap e mudar de modalidade por engano.

Por que escolher? Evita essas mudanças acidentais na prova e deixa o toque simples no LAP exclusivamente para marcar voltas. Excelente para treinos longos e organizados.

Exemplo prático sobre o qual já conversamos aqui:

Imagine que você vai fazer um simulado e, durante a corrida, seu treinador pediu para você finalizar com 7 km em ritmo de prova e depois 7 km leves. Você pode apertar o LAP ao final dos 7 km em ritmo de prova para marcar a volta, sem que o relógio finalize o triatlo.

3. Automático: Auto-Sport Change

Perfil recomendado: atletas iniciantes ou pessoas que esquecem com frequência de apertar o botão durante a transição.

Por que escolher? Você foca apenas na prova e deixa o relógio assumir essa responsabilidade. É simples, prático e reduz margem de “erro humano”.

Agora, escolha a transição que combina com você.

Essa atualização silenciosa da Garmin pegou muita gente de surpresa, mas agora você já sabe exatamente o que mudou e como evitar que isso atrapalhe seus treinos ou sua prova.

O mais importante é escolher a configuração ideal para você e saber que pode ser alterada conforme a situação.

1. Vai competir?

A opção Pressionar e soltar provavelmente será a melhor.

2. Vai fazer um treino estruturado?

A opção Manter pressionado pode ser a ideal.

3. Quer focar na prova sem se preocupar com o relógio?

O modo Automático resolve tudo para você.

E aí, qual a configuração padrão que você vai deixar?

O que aconteceu na TriboTT?

Cinta HRM-600

O que essa cinta tem de tão diferente para ser bem mais cara do que as demais? Vamos descobrir agora mesmo, assim você saberá se ela atende ou não ao esporte que você pratica.

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Chaaama!!!

Eduardo Dantas

TriboTT - Tecnologia aliada ao esporte

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